domingo, 30 de maio de 2010

TIK TOK - KESHA

Tik Tok - Kesha

Para mim, a letra não é das melhores, mas a balada da música é boa, virou até abertura no Simpsons no episódio 20 da temporada 21.

Tik Tok by Agash

sábado, 29 de maio de 2010

A LENDA DE CUPIDO E PSIQUÊ - PARTE I

Certo rei e rainha tinham três filhas. A formosura das duas mais velhas era fora do comum, mas a beleza da mais moça era tão maravilhosa que não existiam palavras para expressá-la, talvez maior que das próprias Deusas do Olimpo. A fama de tal beleza foi tão grande que estrangeiros de países vizinhos iam, em multidões, admirá-la, e assombrados, rendiam à jovem homenagens que só deveriam ser feitas a Afrodite. Assim, Afrodite viu os seus altares desertos, enquanto os homens voltavam sua devoção a jovem virgem que se chamava Psiquê.
Afrodite recebeu como afronta tais atos e exclamou:
- Terei, então, que ser eclipsada em minhas honras por uma jovem mortal? Ela não poderá usurpar minhas honras tranqüilamente, irei dar a ela um motivo para se arrepender dessa beleza injustificada.
Afrodite chamou seu filho Cupido, lindo e bastante ardiloso, e ordena a ele a castigar Psiquê:
- Meu filho, aquela audaciosa beleza afronta aos Deuses, garanta à tua mãe uma vingança tão doce quanto foram amargas as injúrias recebidas. Infunde no peito daquela donzela uma paixão por algum ser baixo, indigno, que ela possa colher uma mortificação tão grande quanto o júbilo e o triunfo de agora.

Cupido preparou-se para obedecer às ordens maternas e dirigiu-se ao quarto de Psiquê que estava dormindo. Ao ver a jovem, Cupido ficou perplexo e acabou encantado com tamanha a beleza da princesa, porém nesse instante, Psiquê acordou e abriu os olhos diante de Cupido, que, perturbado, feriu-se com sua própria flecha e voltou ao Olimpo encantado pela sua própria magia.

Psiquê, era contemplada pela beleza porém nenhum rei, príncipe ou plebeu, apresentava-se para pedi-la em casamento. Suas duas irmãs mais velhas, muito menos belas, já haviam casado com dois príncipes herdeiros, enquanto Psiquê, em seus aposentos, deplorava a solidão, irritada com a beleza que, embora trazendo uma prodigalidade de louvores, não conseguira despertar amor.

Seus pais, receosos de que, inadvertidamente, tivessem incorrido na ira dos deuses, consultaram o oráculo de Apolo, que respondeu:
- A virgem não se destina a ser esposa de um amante mortal. Seu futuro marido a espera no alto da montanha. É um monstro a quem nem os deuses nem os homens podem resistir.

Essa terrível predição do oráculo encheu a todos de desânimo, e os pais da jovem entregaram-se ao desespero. Psiquê, porém, disse:

- Por que lamentais, meus queridos pais? Deveriam ter sofrido quando todos faziam honras indevidas e me chamavam de Afrodite. Percebo agora que sou vítima daquele nome. Resigno-me. Levai-me àquele rochedo a que me destinou meu desventurado destino.

E, assim, tendo sido preparadas todas as coisas, a donzela real tomou seu lugar no cortejo, que mais parecia um funeral que um casamento e, com seus pais, entre as lamentações do povo, subiu a montanha, no alto da qual deixaram-na só, voltando para casa, com os corações afogados em tristeza.

Enquanto Psiquê estava de pé no alto da montanha, tremendo de medo e com os olhos rasos de lágrimas, o gentil Zéfiro, o vento do oeste, a levantou acima da terra e a conduziu suavemente a um vale florido. Pouco a pouco, a jovem acalmou-se e estendeu-se na relva, para dormir. Ao despertar, refeita pelo sono, olhou em torno e viu, bem perto, um lindo bosque de árvores altas e majestosas. Entrou no bosque e, no meio dele, encontrou uma fonte, de águas puras e cristalinas, e, mais adiante, um magnífico palácio, cuja fachada dava a impressão de que não se tratava de obras de mortais, mas da venturosa morada de algum deus. Tomada de espanto e admiração, a moça aproximou-se do palácio e aventurou-se a entrar. Cada objeto que viu a encheu de assombro. Colunas de ouro sustentavam o teto e as paredes eram ornadas de baixos-relevos e pinturas de animais selvagens e cenas rurais, representados de modo a deleitar os olhos do espectador. Continuando a avançar, Psiquê percebeu que, além dos aposentos majestosos, havia outros tesouros os mais belos produtos da natureza e da arte.

Enquanto admirava, uma voz se fez ouvir, embora a jovem não visse quem quer que fosse, dizendo estas palavras:

- Soberana dama, tudo que vês é teu. Nós, cujas vozes ouves, somos teus servos e obedeceremos às tuas ordens com a maior atenção e diligência. Retira-te, para teu quarto e repousa em teu leito e, quando tiveres descansada, poderás banhar-te. A ceia te espera no aposento adjacente, quando ali sentares.

Psiquê atendeu às recomendações dos servos invisíveis, e depois de repousar e banhar-se, sentou no aposento, onde imediatamente surgiu uma mesa, sem qualquer servidor visível, com pratos e vinhos mais deliciosos. Também seus ouvidos foram deleitados com música tocada por executantes invisíveis, um dos quais cantava, outro tocava alaúde, enquanto os demais contemplavam a maravilhosa harmonia de um coro perfeito.

Psiquê ainda não vira o marido que lhe estava destinado. Ele vinha apenas nas horas de escuridão e partia antes do amanhecer, mas suas expansões eram repletas de amor e inspirou nela uma paixão semelhante. Muitas vezes ela implorava ao amante que ficasse e a deixasse olhá-lo, mas ele não consentia. Ao contrário, recomendou-lhe que não fizesse qualquer tentativa de vê-lo, pois ele tinha bons motivos para se esconder.

- Por que queres me ver? - perguntava. - Podes duvidar de meu amor? Tens algum desejo que não foi satisfeito? Se me visses, talvez fosses temer-me, talvez adorar-me, mas a única coisa que peço é que me ames. Prefiro que me ames como igual a que me adores como a um deus.

Estes argumentos de certo modo aquietaram Psiquê durante algum tempo, e, enquanto tudo foi novidade, ela se sentiu feliz. Finalmente porém, a lembrança de seus pais, que ignoravam seu destino, e das irmãs, impedidas de compartilhar com ela as delícias de sua situação, dominaram-lhe o espírito, e ela começou a considerar o palácio apenas como uma esplêndida prisão. Quando o marido apareceu certa noite, ela lhe contou seus sofrimentos e acabou, embora a custo, obtendo seu consentimento para que suas irmãs pudessem ir vê-la.

Assim, chamando Zéfiro, ela lhe transmitiu as ordens do marido e ele, obedecendo prontamente, trouxe as irmãs de Psiquê, para o vale onde ficava o seu palácio. Elas a abraçaram e a jovem retribuiu-lhes as carícias.

- Vinde, disse Psiquê.
- Entrai em minha casa e desfrutem do que vossa irmã tem para vos oferecer.

Então, tomando-as pelas mãos, levou-as a seu palácio de ouro e entregou-as aos cuidados dos criados invisíveis, a fim de que se banhassem, fossem servidas à mesa e admirassem os numerosos tesouros. À vista daqueles dons celestiais fizeram com que a inveja penetrasse no coração das duas, vendo que sua irmã mais moça possuía riquezas e esplendores muito superiores aos seus.

Fizeram a Psiquê inúmeras perguntas, entre outras, que espécie de pessoa era seu marido. Psiquê respondeu que era um belo jovem, que geralmente passava o dia caçando nas montanhas. As irmãs, não satisfeitas com essa resposta, fizeram-na confessar que nunca o vira. Trataram, então, de encher o coração da jovem de sombrias desconfianças.

- Lembra-te - disseram - que o oráculo anunciou que tu te casarias com um monstro horrível e tremendo. Os habitantes deste vale dizem que teu marido é uma terrível e monstruosa serpente, que te nutre, por enquanto, com alimentos deliciosos a fim de devorar-te depois. Ouve nosso conselho. Mune-te de uma vela e de uma faca afiada; esconde-as de maneira que teu marido não possa achá-las, e, quando ele estiver dormindo profundamente, sai do leito, traze a vela e vê, com teus próprios olhos, se o que dizem é verdade ou não. Se é, não hesites em cortar a cabeça do monstro e recuperares tua liberdade.

Psiquê resistiu a esses conselhos tanto quanto pôde, mas eles não deixaram de impressioná-la e, depois que suas irmãs se retiraram, o efeito de suas palavras e a própria curiosidade da jovem tornaram-se bastante fortes para que ela pudesse resistir. Assim, preparou a vela e uma faca afiada e escondeu-as do marido. Quando ele adormeceu, Psiquê levantou-se sem fazer ruído e, trazendo a vela, avistou não um monstro horripilante, mas o mais belo e encantador dos deuses, com madeixas louras caindo sobre o pescoço cor-de-neve e as faces róseas, um par de asas nos ombros, mais brancas que a neve, de penas brilhantes como as flores da primavera. Ao baixar a vela para ver o rosto do marido mais de perto, uma gota de óleo ardente caiu no peito do deus, que, assustado, abriu os olhos e encarou Psiquê. Depois, sem dizer uma palavra, abriu as brancas asas e voou através da janela. Psiquê, numa vã tentativa de seguí-lo, caiu da janela ao solo. Cupido, vendo-a estendida no chão, parou o vôo por um instante e disse:

- Tola Psiquê, é assim que retribuís meu amor? Depois de haver desobedecido às ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar-me a cabeça?
- Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a desconfiança.

Assim dizendo, ele continuou seu vôo, deixando a pobre Psiquê estendida no chão e lamentando-se tristemente.

Quando se recompôs um pouco, olhou em torno, mas o palácio e os jardins haviam desaparecido, e ela se viu num campo aberto a pequena distância da cidade onde moravam suas irmãs. Procurou-as e contou-lhes toda a história do seu infortúnio, como que as desprezíveis criaturas, fingindo pesar, na verdade se regozijavam.

- Agora, talvez ele escolha uma de nós - disseram.

Levadas por essa idéia, e sem dizer uma palavra sobre suas intenções, cada uma delas levantou-se cedo na manhã seguinte, dirigiu-se ao alto da montanha e convocou Zéfiro, para recebê-la e levá-la a seu senhor. Depois, atiraram-se no ar e, não sendo sustentadas por Zéfiro, cairam no precipício.

Enquanto isso, Psiquê caminhava noite e dia, sem repouso nem alimentação, à procura do marido. Tendo avistado uma imponente montanha, e cujo cume havia um magnífico templo, disse consigo mesma, suspirando:

- Talvez meu amor, meu senhor, habite ali.

E, assim dizendo, dirigiu-se ao templo.

Mal entrara, viu montões de trigo, em espigas e em feixes. Espalhados em torno, haviam foices e ancinhos e todos os demais instrumentos da ceifa, em desordem, como que atirados pelas mãos de ceifadores cansados, nas horas escaldantes do dia.

A piedosa Psiquê pôs fim àquela confusão indizível, separando e colocando cada coisa em seu lugar devido, convencida de que não deveria negligenciar o culto de nenhum deus, mas, ao contrário, procurar, com sua diligência, cultuá-los todos. A deusa Deméter, de quem era aquele templo, vendo a jovem tão piedosamente ocupada, assim lhe falou:

- Ó Psiquê, embora eu não possa proteger-te contra a má vontade de Afrodite, posso ensinar-te o melhor meio de evitar desagradá-la. Vai e voluntariamente rende-te à tua deusa e soberana e trata de conseguir-lhe o perdão pela modéstia e submissão, e talvez ela te restitua o marido que perdeste.

Psiquê obedeceu à ordem de Deméter e dirigiu-se ao templo de Afrodite, tentando fortalecer o espírito e repetindo, em voz baixa, o que iria dizer e como tentaria apaziguar a divindade irritada, compreendendo que o caso era difícil e talvez fatal.

Afrodite recebeu-a com a ira estampada na fisionomia.

- Tu, a mais ingrata e infiel das servas, lembraste, afinal que tens, realmente, uma senhora? - exclamou. - Ou talvez vieste para ver teu marido enfermo, ainda chorando em conseqüência da dor que você o causou. És tão pouco favorecida e tão desagradável, que o único meio pelo qual podes merecer teu amante é uma prova de fidelidade e habilidade.

Ordenou, então, a Psiquê que fosse ao celeiro de seu templo, onde havia grande quantidade de trigo, aveia, ervilhas, feijões e lentilhas preparados para a alimentação dos pombos sagrados, e disse:
- Separa todos esses cereais, colocando cada um de acordo com sua qualidade, e trata de fazer isso antes do anoitecer.

Depois Afrodite partiu, deixando a jovem.

Psiquê porém, caiu consternada, diante da imensidade do trabalho.

Enquanto estava ali, desesperada, Cupido incitou a formiguinha, nativa dos campos, a ter pena dela. A chefe do formigueiro e toda a multidão de suas súditas de seis pernas aproximaram-se do montão de cereais e com a maior paciência, tomando grão por grão, separaram o montão, formando um monte de cada tipo e, quando tudo terminou, desapareceram num momento.

Ao aproximar-se o crepúsculo, Afrodite voltou do banquete dos deuses, cheirando a perfumes e coroada de rosas. Vendo a tarefa executada, exclamou:

- Isto não é obra tua, mas daquele que conquistaste.

Assim dizendo, deu à jovem um pedaço de pão preto para a ceia e partiu.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CICATRIZES

Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.

Cecília Meireles

terça-feira, 18 de maio de 2010

ESCAPIST

Awesome song from Nightwish with the new vocal Anette.



...
Chorus
A nightingale in a golden cage

That`s me locked inside reality`s maze
Come someone make my heavy heart light
Come undone bring me back to life
A nightingale in a golden cage
That`s me locked inside reality`s maze
Come someone make my heavy heart light
It all starts with a lullaby

Journey homeward bound
The sound of a dolphin calling
Tearing off the mask of man
The Tower my sole guide
This is who I am
The Escapist, paradise seeker
Farewell now time to fly
Out of sight, out of time, away from all lies

...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

LUA

Desde a Antiguidade, a Lua é um objeto de grande curiosidade e misticismo, fascinando a humanidade através das eras. Foi objeto de culto quando o homem glorificava os astros por temer o desconhecido, objeto de amor quando encarnou a deusa da fertilidade, pela aproximada equivalência entre o período orbital responsável pelas fases lunares e o ciclo menstrual e de inspiração para os jovens astrônomos e cientistas, representando o primeiro passo na grande jornada da humanidade rumo ao espaço sideral.
A Lua é o único astro que gira ao redor da Terra e também o mais próximo, com uma distância média de cerca de 385 mil quilômetros. Os períodos de rotação em torno de seu eixo e em torno da Terra são iguais, fazendo com que a mesma face da Lua esteja sempre visível para nós.
A Lua, pode ter exercido um papel fundamental na origem da vida na Terra e entender sua origem implica em tentarmos entender a nossa própria existência...

domingo, 16 de maio de 2010

HUMILDADE






"Seja humilde, por que até mesmo o sol com toda sua grandeza se põe para a lua poder brilhar..."

Robert Nesta Marley                     

sexta-feira, 14 de maio de 2010

SUPER-HERÓIS

Sempre gostei de HQ's de super-heróis...


terça-feira, 11 de maio de 2010

OH ROSA

Oh Rosa como és bela

Pela noite aberta
Sinto um frio no meu coração
Que quando falas contigo se enche de emoção
Distinta compaixão a uma criatura divina
Dentre tantas és a que mais se destaca
Porém agora a tristeza já vem e me arrebata
Pois esta Rosa no meu jardim não é cultivada
Pessoa amada...com cuidado e amor fostes feita
Admiro hoje sua face perfeita
Minha compreensão vai se agusando
E durante tempo seus lábios admirando
Vivo a suspirar
Esperando poder te tocar
Buscando teus lábios um dia beijar.

domingo, 9 de maio de 2010

A RAPOSA E O PEQUENO PRÍNCIPE

O DIALOGO ENTRE A RAPOSA E O PEQUENO PRÍNCIPE

O diálogo abaixo é do livro, o vídeo no final é um trecho do filme.

Após um longo e sábio caminhar, o Pequeno Príncipe, dispôs-se a descansar...
“E foi então que apareceu a raposa:
– Bom dia – disse a raposa.
– Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta, nada viu.
– Eu estou aqui, – disse a voz, debaixo da macieira...
– Quem és tu? – perguntou o principezinho.
- Tu és bem bonita...
– Sou uma raposa – disse a raposa.
– Vem brincar comigo – propôs ele. – Estou tão triste...
– Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda.
– Ah! Desculpa – disse o principezinho. Mas, após refletir, acrescentou:
– Que quer dizer "cativar"?
– Tu não és daqui – disse a raposa.
– Que procuras?
– Procuro os homens – disse o pequeno príncipe.
– Que quer dizer cativar?
– Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
– Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos.
– Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. Significa "criar laços"...
– Criar laços?
– Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim.
- Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
– Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também.  Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.
- Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra.
- Os teus me chamarão para fora da toca, como música.
- E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo?
- Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! – Mas tu tens cabelos dourados.
- E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo, que é dourado, fará com que me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e observou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Eu até gostaria – disse o principezinho – mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
– A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa.
– Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
- Se tu queres um amigo, cativa-me!
– Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
– É preciso ser paciente – respondeu a raposa
– Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva.
Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada.
A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.
Mas cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
– Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa.
– Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz! Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
– Ah! Eu vou chorar.
– A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
– Quis – disse a raposa.
– Então, não terás ganho nada!
– Terei, sim – disse a raposa – por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou: – Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas:[...]. “ E ao voltar dirigiu-se à raposa:
– Adeus... – disse ele.
– Adeus – disse a raposa.
– Eis o meu segredo:
"É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”


Texto: SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. Por Favor, Cativa-me [Título atribuído]
In: —. O Pequeno Príncipe. Com aquarelas do autor. Trad. Dom
Marcos Barbosa. 48. ed. 15. impressão. Rio de Janeiro: Agir, 2004.
Cap. XXI, p. 66-74.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

EU NÃO EXISTO SEM VOCÊ

"Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você"

Vinícius de Moraes

sábado, 1 de maio de 2010

SUPERMAN VS DARKSEID

Batalha entre o homem de aço e Darkseid.
Um dos melhores momentos, para mim, do super-homem.